Eleição: 56% dos eleitores ainda não têm cadastro biométrico
Por:Tribuna da Bahia
A um ano da eleição,
mais da metade dos eleitores brasileiros ainda não registrou suas impressões
digitais para poder votar com biometria. São 80 milhões de pessoas – número que
representa 56% do eleitorado do país. A expectativa do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)
é que mais 10 milhões de pessoas consigam fazer o cadastro em 2018. O órgão
estima, porém, que todo o eleitorado do país só esteja apto para votar por
impressão digital em 2022.
Nas eleições do ano que vem, a biometria deverá ser
obrigatória em cerca de 2.800 cidades de todos os estados – o número exato será
conhecido em maio, 150 dias antes do pleito. O 1º turno da disputa ocorre no
dia 7 de outubro.
Em alguns estados, o recadastramento tem sido mais
lento. Em três deles, menos de 25% do eleitorado realizou o procedimento: Rio
de Janeiro (com 11%), Minas Gerais (com 16%) e Mato Grosso do Sul (com 19%).
Somando os três, aproximadamente 25 milhões de pessoas ainda precisam passar
pelo procedimento. “Em algumas cidades é muito difícil que o cidadão vá até o
cartório eleitoral. A descrença na política pode contribuir para as pessoas
terem menos vontade de fazer esse trajeto”, diz o cientista político Humberto
Dantas, pesquisador da FGV e coordenador da pós-graduação em ciência política
da FESPSP.
Segundo ele, no entanto, a biometria dá mais
segurança para o eleitor saber que é “dono do título”. “A biometria pode evitar
que um mesário ou alguém na seção eleitoral use, no fim do dia, os números dos
títulos de eleitores que ainda não tinham votado.”
O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro –
estado com o menor percentual de votantes por biometria – diz que, por conta de
um remanejamento determinado pelo TSE, teve de extinguir 84 zonas eleitorais -
passando a contar com 165. Isso, segundo o órgão, prejudicou o planejamento
biométrico para 2017 no estado. Segundo o TRE-RJ, neste mês, quando 100% das
zonas eleitorais da capital já terão kits biométricos, será lançada uma
campanha nas principais emissoras de TV e rádio para divulgar o cadastramento biométrico.
"Com essas ações, a expectativa é que o número total de eleitores
cadastrados biometricamente no estado aumente de forma significativa até o fim
do ano."
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