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Cidades do Recôncavo são as mais atingidas com Doença de Chagas

A Doença de Chagas é causada por protozoário transmitido pelo mosquito barbeiro e se não tratada a tempo pode até levar à morte. Dados do boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) revelam que até o dia 31 de maio de 2017 foram notificados oito casos de Chagas Agudo, destes cinco foram descartados e três confirmados e tratados. Apenas os casos agudos (até 60 dias da contaminação) da Doença de Chagas são notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
Segundo o cardiologista da Bahia Imagem/Sabin, Luiz Pinho, as cidades do Recôncavo Baiano estão entre as mais atingidas com a enfermidade, que pode ocorrer em qualquer período do ano já que é transmitida ao homem pelo “barbeiro”. “Um inseto que se alimenta de sangue e que já se adaptou ao meio urbano”, observou, explicando que, o parasita Trypanosoma Cruzi, aloja-se no músculo cardíaco causando a sua inflamação, ou seja, uma miocardite. “Com o passar dos anos este processo evolui com destruição das células do coração e a consequente perda da sua capacidade de bombear adequadamente o sangue”, enfatizou.
De acordo com o especialista quando a Doença de Chagas afeta o coração, causa um processo inflamatório, geralmente irreversível, do músculo chamado miocárdio, que pode ser causado também por vírus ou bactérias.  “Em algumas situações, a miocardite pode regredir naturalmente na fase aguda, mas há a possibilidade de ocorrer complicações, como insuficiência cardíaca aguda, bloqueio de condução do impulso elétrico cardíaco ou arritmia maligna”, elucidou.
O cardiologista esclareceu que, a Doença de Chagas apresenta algumas fases com características distintas. “A fase aguda, onde os sintomas podem ser desde apenas dores musculares, febre, mal-estar geral, até a miocardite (inflamação do músculo cardíaco) com dilatação do coração e a perda da sua função de bomba, podendo levar à morte e a fase crônica, que se inicia algumas semanas após a picada do inseto barbeiro e pode ser subdividida em Intermediária, onde praticamente não existem sintomas, mas o diagnóstico já pode ser feito com exames de sangue, podendo durar alguns anos; e a fase crônica propriamente dita onde os principais sintomas são: cansaço aos esforços, edema (inchaço) dos membros inferiores, arritmias severas, bloqueios na condução elétrica do coração”, explicou.
A Doença de Chagas também pode acometer o sistema digestivo, levando a importante dilatação do esôfago – o chamado Megaesôfago chagásico – e redução significativa da capacidade de deglutição do paciente. “O diagnóstico de certeza é feito com exames sorológicos (sangue) ou biópsia do coração. Outros exames também importantes no diagnóstico da Donça de Chagas são Rx de tórax, eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico, cintilografia miocárdica e ressonância magnética”, explicou o médico.
Luiz Pinho alerta para os cuidados para evitar a enfermidade. “É necessário manter a casa limpa e com muita iluminação, pois o “barbeiro” possui hábitos noturnos e costuma esconder-se em pequenos espaços escuros, como as frestas das casas de taipa”, pontuou.


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