Racionamento já atinge 21 municípios
Os 350 mil habitantes da terceira maior cidade do
Estado, Vitória da Conquista, a 509 quilômetros de Salvador, juntamente com
outras 20 cidades baianas, estão sendo obrigados a racionar água, por conta da
prolongada seca que afeta mais da metade dos municípios na Bahia. A
determinação da Embasa - Empresa Baiana de Águas e Saneamento - busca garantir
a continuidade do abastecimento à população até que volte a chover nas regiões
afetadas pela seca.
Conforme
explicou a Assessoria de Comunicação da Embasa, o racionamento é
decorrente do longo período de estiagem que vem atingindo diversas
regiões do estado, e causando a diminuição do nível dos mananciais
(barragens, açudes, rios e poços) utilizados para abastecimento da população. A
Embasa é responsável pelo abastecimento de água em 366 municípios. Os
demais têm abastecimentos municipalizados.
Os
21 municípios que estão com racionamento de água representam aproximadamente um
milhão de habitantes, dos quais 350 mil deles estão em Vitória da Conquista. O
racionamento atinge municípios nas regiões Sudoeste, Centro Norte e
Litoral Norte do Estado. A situação mais crítica é na região da Bacia do
Rio Itapícuru, onde as barragens de Ponto Novo, Jacurici, Quicé, Andorinhas,
Pedras Altas e Aipim, juntas, não chegam a 20% do volume útil de água, conforme
relatório de monitoramento das barragens, do Instituto Estadual do Meio
Ambiente.
Estão
em racionamento de água os municípios de Vitória da Conquista, Belo Campo,
Queimadas, Santaluz, Senhor do Bonfim, Jacobina, Jaguarari, Caldeirão Grande,
Andorinha, Itiúba, Ponto Novo, Filadélfia, Seabra, Brotas de Macaúbas,
Ibitiara, Novo Horizonte, Bonito, Palmeiras, Tapiramutá, Entre Rios e Morro do
Chapéu, além das localidades de Angico (distrito de
Mairi), Umbuzeiro (distrito de Mundo Novo) e Altamira (distrito de
Conde).
Emergência
Segundo a Embasa, em algumas regiões, como nos municípios de Queimadas e
Santaluz, que enfrentam o racionamento de água, nova estrutura construída
emergencialmente para reforçar o abastecimento nos municípios de Queimadas e
Santaluz entrou em operação, ainda em fase de testes, no início do mês passado.
As obras, envolvem a implantação de equipamentos para captação de água a partir
do rio Jacurici,com retirada de água do açude do distrito de Rômulo Campos, e
de uma adutora, que levará a água até Queimadas.
Segundo
explicou o gerente regional da Embasa, Euvaldo dos Santos Neto, “diante da
situação critica, foi necessário viabilizar a captação em outro manancial para
complementar o volume da barragem da Leste e assim assegurar o fornecimento de
água à população”. Estão sendo investindo R$ 3,3 milhões para garantir o
abastecimento e reduzir os impactos da falta de chuvas na região.
Na
prática, conforme a Embasa, os municípios submetidos ao racionamento contam
com um volume menor de água para distribuição com menos água nas torneiras em
menos dias da semana. Como medida para ter acesso à água nos períodos de
desabastecimento, a população deve reservar o recurso, instalando caixa d’água
com capacidade suficiente para atender as necessidades de consumo de sua
família. Além disso, em situação de racionamento ou alerta, torna-se ainda mais
necessário o consumo racional da água, evitando desperdício e usos menos
importantes como irrigação de jardins, lavagem de carros, calçadas e áreas
externas.
Ainda
segundo a Embasa , foi intensificada a fiscalização nas regiões de
ocupação irregular próximo aos mananciais, além do combate às ligações
clandestinas. Assim como em imóveis com dois ou três pavimentos sem instalações
hidráulicas internas adequadas. “A regra é clara: para imóveis com mais de um
pavimento, a Agência Reguladora de Saneamento Básico do Estado da Bahia
(Agersa) determina a instalação de reservatório inferior equipado com bomba
para abastecer os demais andares. A medida é necessária para que a oferta de
água não seja prejudicada em caso de variações de pressão na rede de
abastecimento”, diz a nota da empresa.
Dicas para diminuir o consumo
Cozinha
- Deixar a torneira aberta enquanto lava a louça, por quinze minutos, significa
um consumo de 243 litros de água. Fechar a torneira enquanto ensaboa a louça
reduz o gasto para 46 litros.
Pia do banheiro - escovar os dentes com a torneira aberta gasta, em cinco
minutos, cerca de 25 litros de água. Com a torneira fechada, apenas 1 litro. Ao
lavar o rosto com a torneira aberta, durante um minuto, são gastos 3 litros de
água. Para fazer a barba, em 5 minutos, gastam-se 12 litros. Abra a torneira
somente quando necessário e evite desperdícios.
Chuveiro - Evite banhos demorados. Na hora de passar o xampu e o sabonete,
desligue o chuveiro. Banho de 15 minutos em chuveiro elétrico ligado consome
144 litros de água.
Vaso sanitário: Não use o vaso como lixeira ou cinzeiro e não acione a descarga
à toa, pois ela gasta muita água e seu consumo vai aumentar desnecessariamente.
Mantenha a válvula da descarga sempre regulada e, assim que os vazamentos forem
percebidos, conserte imediatamente. O vaso sanitário com caixa acoplada e
descarga dupla (inteligente) é mais econômico, pois permite controlar a
quantidade de água lançada na rede de esgoto, tanto para resíduo sólido quanto
para resíduo líquido. Esse novo modelo de vaso sanitário reduz a quantidade de
água em 50%.
Ao lavar a roupa - Só utilize a máquina quando estiver com capacidade total. No
tanque, deixe as roupas de molho e use a mesma água para esfregar e ensaboar.
Depois, utilize nova água para enxaguar. Com esta água, lave o quintal e a área
de serviço.
Área externa - Jamais use mangueira para limpar a calçada e o quintal.
Primeiro, impe bem com a vassoura para tirar a sujeira. Depois, use um balde
para jogar água. Aproveite a água usada na lavagem das roupas, que já está
com sabão.
Por: Tribuna da Bahia
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